Razão de ser

Sou poeta feito de lembranças

Sou poeta feito de saudades

Assim, poeta, estimo minhas mágoas

E venero minhas dores

Um réprobo melancólico

A criar um mundo de lástimas

E exacerbado evasivo

São de utopias que se formam meus versos

E de sonhos padecidos que falham minhas rimas

Não quero despertar de meu sono fatídico

Sequer levantar minha mente em alegria

E desta nefasta fantasia que me tenho formado

Temo - não a ti, ou a tua pessoa

Mas vivo no negrume, ao som de fúnebres canções

Se sendo, por ventura, me pergunto

Para que acordar desta vida

Quando a realidade nada mais é

Do que o óbito de um romântico?

(Outubro/2005)

Cynthia Funchal
Enviado por Cynthia Funchal em 05/03/2007
Código do texto: T402455