Razão de ser
Sou poeta feito de lembranças
Sou poeta feito de saudades
Assim, poeta, estimo minhas mágoas
E venero minhas dores
Um réprobo melancólico
A criar um mundo de lástimas
E exacerbado evasivo
São de utopias que se formam meus versos
E de sonhos padecidos que falham minhas rimas
Não quero despertar de meu sono fatídico
Sequer levantar minha mente em alegria
E desta nefasta fantasia que me tenho formado
Temo - não a ti, ou a tua pessoa
Mas vivo no negrume, ao som de fúnebres canções
Se sendo, por ventura, me pergunto
Para que acordar desta vida
Quando a realidade nada mais é
Do que o óbito de um romântico?
(Outubro/2005)