Lagarta.

Naquela casa sem vida no jardim nenhuma flor restou,

Passou toda a sua vida mal comeu, nem andar: andou.

Havia uma luz tão escondida que nunca alumiou

Atrás dos véus nenhum horizonte e se o sol surgiu

Mal viu, nem sequer as estrelas no céu, ela sentiu.

Toda a vida que viveu parece que se perdeu.

Ali naquele instante seu semblante estremeceu;

Da janela uma faísca clareando o céu num estrondo ela gemeu.

Escondeu nas mãos o rosto que ninguém jamais creu.

A dor que escondia de onde vinha? Ninguém soube.

Só ela, nela, se engranzou. E de asas amassadas, nunca voou.

jullia
Enviado por jullia em 10/12/2012
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