A INOCÊNCIA DO TEMPO

Nas cores do tempo onde desnudo e mesclo tons

Separando assim o que é sonho do que é delírio

Não culpando Cronos pelo fim do que seja temporal

Sem nenhum lampejo de infundado ceticismo

Não culparei infatigáveis segundos por meus ciclos

Mesmo conhecendo a untuosidade das horas

O fustigaste desgaste imposto pelos insolentes dias

Onde habita toda niilista e corrosiva ignomínia

Cronos engole teus filhos em ciclos atemporais

E com eles toda verdade no fundo humana recôndita

Não há alento para que se culpe o tempo pelo tempo

Somos protagonistas de nossos humanos instantes

Atores no teatro das vicissitudes por nós intercaladas

Em todos os momentos de nossa intrapessoal rotina

Assumamos os percalços de nossos erros e acertos

Para que a subjetividade não se torne uma verdade inconteste

E possamos culpar o tempo por nossa própria falibilidade

Pois a culpa está em nosso íntimo medo de dizer a verdade

Quando essa está diretamente ligada em nossas abstrações

Na tela onde o tempo ultrapassa a própria moldura

Toda a inocência do tempo em todo tempo o tempo todo

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 25/03/2013
Código do texto: T4207425
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