Tristeza

Estive contando números ao acaso

a ver se eles me davam

o cálculo exato da minha

desfiguração em torrentes

de tristeza.

Torci e retorci o tempo

que se figurava à minha frente.

E pude ver a grande ampulheta

derramando areia de partidas,

Dor e vícios de um lado

e recebendo areia de cores,

vida e chegadas de outro lado.

Orei a oração das nuvens

que se escondem pelo céu rubro.

E pude constatar que a estrela

do crepúsculo é a primeira

a cair em depressão quando

desponta no céu sua fragilidade

de primeiro astro da noite que vem.

Malogrei a desdita das psicoses

quando vislumbrei o ar rarefeito

mas muito silencioso do diabo

Enganei-o com água benta,

dizendo-lhe:

nada podes, eu já te amei

e exorcizei ao mesmo tempo.

Transfigurei morte em vida

ao encontrar-me no caminho

do mago que foi

antes mesmo de ter ido

porque era de todo mágico.

Notável era a minha vã confiança

e grande a minha falsa alma

Estive contando números ao acaso

a ver se eles me davam

o cálculo exato da minha

desfiguração em torrentes

de tristeza.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 28/04/2013
Código do texto: T4263565
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