Ciclo final

Dor que dilacera o coração.

Aperto e sufoco no peito e n’alma,

Espírito chora em sofreguidão.

Ciclo final sem calma.

Forças vitais onde estão? Não há.

Há uma mente firme e consciente.

Locomoção é ação devagar,

Transformação do ator em paciente

Queria de modo flamante resgatar.

Trazer-te a força da juventude .

Fazer reviver a esperança e acalentar.

O ser no ciclo sem juventude.

Teu olhar tão distante parece falar:

Já não creio na vida e nem na morte,

Não sonho e no silencio quero estar.

Deixe-me partir quero a morte

Olhar e ver o que os anos fazem

Trazem para a vida a dependência.

Com a inflexão nerval que não reagem

Aos esforços e estímulos da paciência.

A juventude se foi a velhice chegou.

Ninguém é imune a idade, ou imortal.

Não se pode ser fugitivo do normal.

Normal e imanente ao que sobrevive

É viver e no tempo certo envelhecer.

Não é desumano deixar viver até morrer.

A transitória passagem de ida através da dor

Terás que viver, não receberás a eutanásia

A transitória passagem de ida através da dor

Terás que viver, não receberás a eutanásia.

É viver e no tempo certo envelhecer.

Não é desumano deixar viver até morrer.

Não depende de nós a chegada ou partida.

Não se pode dizer irei hoje ou amanhã.

Assim usufrua da vida que lhe foi permitida.

Tens tempo para viver, viva.

Tens tempo para amar, ame.

Tens tempo para arrepender, arrependa-se.

Tens tempo para perdoar, perdoa.

Não desperdice o seu tempo a toa.

Carmem Lacerda
Enviado por Carmem Lacerda em 07/05/2013
Reeditado em 15/01/2016
Código do texto: T4279465
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