Triste Término
As roupas cansadas de esperar jogadas ao chão,
Juntas como um último gesto de carinho.
Nossos corpos não mais se encontrarão.
Como as taças vazias do branco Alvarinho.
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Em um momento único nasce o dia
O sol entra pela janela e nos faz despertar.
Ainda ouço a rapsódia que o rádio envia
E os dedos de Rachmaninoff a chorar.
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E o dia finalmente amanheceu
Não és mais meu, serás um estranho
Sinto tua frieza, ela me enlouqueceu
Junto à melodia tudo é mais tristonho.
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Te perdi novamente quando a porta fechou
Olhei para trás louca e aflita
Vi as roupas solitárias que deixou
Junto com minha solidão infinita.
- E as taças vazias refletem tua imagem bendita