Eu nunca bebi
Eu nunca bebi; nunca.
Mas hoje estou entorpecido,
Meu ser tomou uma grande dose
Do que eu precisava esquecer
Uma taça com substância pura
Um copo com amargo líquido
Minha alma se encontra de porre...
Com enxaqueca do viver.
Um vulto, aos soluços e sombra,
Encontro-me assim, de tudo mórbido.
Meu pensamento em lágrimas corre
Na face esquecida do querer.
O mundo rodopia e gira.
E por vezes some da vista, embargado
O nó na garganta aperta forte,
Como álcool interminável a descer.
Mas que seja! Não tem solução, assim estou,
Bêbado, perdido e sem beleza.
Oh Deus, se assim é curtirei, eis que vou...
Afogar-me de vez na tristeza.