Delicada Despedida...
Hoje começo por fim, a escrever minha despedida,
Que não existe em outro papel fino ou de cetim,
A certeza de que ao fim chega a vida,
No sigilo de sua beleza por mim.
Guardo em letras meus pensamentos,
Para que eternas sejam as palavras,
Dos poucos tempos e leves ventos,
Que desse espaço fez-se escrava.
Não vejo futuro em outrem,
Nem passado na linda face,
Só deixo por fim escrita à carta,
De uma novela já acabada.
Ora, homens dos céus,
Vejam os trabalhos de suas mães,
Que pôs no mundo o vão engano,
E a mentira em seus corações.
Tempos é que escrevo,
E não me deixo levar pela astúcia,
Mas pelo sentir que me afoga,
Em seios de Marias, Joanas e Lúcias.
Quanto seria meu desespero,
Se não houvesse a tristeza que se faz assim,
Mas pela certeza que escrevo,
De que o amanhã começa o fim.
Poemas e Lindas cartas escreveram jovens poetas,
Que pela própria tristeza deixaram tudo assim,
Em páginas manchadas pelo tempo,
Mortos na saudade do esquecimento.
Ah! Como seria bom ver o Sol,
Mas não como a Lua em sua plenitude,
Que apesar dos tempos e tempos carregados,
Ilumina suavemente minha pequenina juventude.
Deixo por fim escrito,
Minha delicada despedida,
Que por beijos, ventos e tempos traduzidos,
A certeza de que feliz fui na vida...