Delicada Despedida...

Hoje começo por fim, a escrever minha despedida,

Que não existe em outro papel fino ou de cetim,

A certeza de que ao fim chega a vida,

No sigilo de sua beleza por mim.

Guardo em letras meus pensamentos,

Para que eternas sejam as palavras,

Dos poucos tempos e leves ventos,

Que desse espaço fez-se escrava.

Não vejo futuro em outrem,

Nem passado na linda face,

Só deixo por fim escrita à carta,

De uma novela já acabada.

Ora, homens dos céus,

Vejam os trabalhos de suas mães,

Que pôs no mundo o vão engano,

E a mentira em seus corações.

Tempos é que escrevo,

E não me deixo levar pela astúcia,

Mas pelo sentir que me afoga,

Em seios de Marias, Joanas e Lúcias.

Quanto seria meu desespero,

Se não houvesse a tristeza que se faz assim,

Mas pela certeza que escrevo,

De que o amanhã começa o fim.

Poemas e Lindas cartas escreveram jovens poetas,

Que pela própria tristeza deixaram tudo assim,

Em páginas manchadas pelo tempo,

Mortos na saudade do esquecimento.

Ah! Como seria bom ver o Sol,

Mas não como a Lua em sua plenitude,

Que apesar dos tempos e tempos carregados,

Ilumina suavemente minha pequenina juventude.

Deixo por fim escrito,

Minha delicada despedida,

Que por beijos, ventos e tempos traduzidos,

A certeza de que feliz fui na vida...

Rodrigo Paulino
Enviado por Rodrigo Paulino em 06/04/2007
Código do texto: T440248