AMOR QUE MATA




Se a gente tivesse o dom
De adivinhar o futuro,
Talvez tudo fosse bom
Enganaríamos o mundo,
Ou pelo menos do mal
Conseguíssemos fugir,
Misturando doce ao sal
Sem precisarmos mentir.

Não existiriam crimes,
Principalmente hediondos
Dos quais poucos se redimem
Vivendo num outro mundo.
Filhos não matavam os pais,
Nem tiravam a própria vida
E cada vez mais e mais
Amariam suas famílias.

Falta-nos compreensão
Para aceitar tais tragédias
Dói no nosso coração
Ver o mundo tão sem rédeas.
Coias ruins acontecem
Sem que se possa evitar;
Se esta vida nos pertence,
Nós temos que a preservar.

Mas como diz o provérbio
Ninguém conhece ninguém
Por mais que vivam tão perto,
Mesmo se querendo bem.
Se a razão tem razões
Que a própria razão desconhece,
Com os nossos corações
Estejamos sempre em preces!

Elevando os pensamentos
O mais alto que puder,
Pedindo a todo momento
Que não percamos a fé,
Se um filho tão amado
Pode nos tirar a vida,
Porque ficarmos calado
Ante uma dor tão doída?

É terrível acreditar
Que tudo aquilo aconteceu,
Que aqui do lado de cá,
Tanta gente como eu,
Sofre somente ao pensar
Quanto a família sofreu,
Quando do lado de lá
Encontrarem o filho seu.