EM BUSCA NEM SEI DO QUÊ...



É nas incontáveis noites
De solidão e tristeza
Recordando que te fostes
Esta é mais cruel certeza.
Partistes cedo demais
Para outra dimensão
E eu não sei como se faz
Com a dor da solidão.

Às vezes, a dor dói tanto,
Que é necessário dormir
Para afugentar o pranto
Que teima em me perseguir.
Ligo a luz pra tentar ler,
Enquando o sono não vem,
Sem que eu possa perceber
Ele vai pra mais além...

Assim, as noites se vão,
Um novo dia amanhece
E de braços com a solidão
Vou ver o que acontece
E nenhuma novidade
Pra que eu possa descrever
Vagueio pela cidade
Esperando o entardecer.

O dia vai lentamente
Pros braços do anoitecer
E lá vou eu novamente
Sem saber o que fazer.
Tento eu ninar o sono
Que quase nunca me vê
E assim vou caminhando
Em busca nem sei do quê...

Porém, não posso parar
Porque o tempo é meu guia;
Terei que lhe acompanhar
Mesmo ser ter companhia
Pois ele não nos espera
Nem aceita a contra mão
Se pararmos, ele já era,
Pois é dono da razão.

Por conta disso prossigo
Às voltas com a incerteza,
Mesmo sem ninguém comigo
Tento driblar a tristeza.
Abrigo-me no faz de conta,
Sempre com alguma certeza,
Que alimentando a esperança
A vida tem mais beleza.