Coerência


Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência.
É uma difícil ciência,
A arte de se dizer
E de ser o que se diz.
 
Guarda-chuvas contra flores,
E andanças em jardins
Coalhados de pedras duras
E de escuras sepulturas...
 
A água fresca cuspida
Veneno, aos goles, tomado...
As amizades traídas
Inimigos exaltados.
 
Há muito deixei de buscar
Neste mundo coerência...
Pois aquilo que se pensa
Nem sempre é o que é.
 
Um sentimento escrachado,
Por línguas de fogo e de fel,
Ouvidos atentos procuram
O som que os tire do céu...
Assassinos desalmados
De almas e de poesias
Mil poetas degolados
Sobre a lage branca e fria.
 
Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência...

***


 
Coerência há de primeiro estar distante de insciência
Olhar a vida com linearidade e permanência
Se portar sem ausência em ser e dizer com hiatos e carências
 Sem fundamento no que se diz como ciência
De vida e de essência
 Ninguém muda o mundo de heterogeneidade, com ou sem decência
É preciso ter entendimento e muito mais
Compreensão, compaixão e complacência.


Obrigada pela força, Celso!

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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 04/10/2013
Reeditado em 29/08/2016
Código do texto: T4510519
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