mesto
como não lembrar , querida?
era um olhar atrás do tudo,
a procurar desesperadamente o final de um simples nada.
não faz uma semana e já é inverno outra vez.
o alinhavo das águas desse rio invernal desdenha do destino que sozinho escolheu ser incerto,
que mostrou o infinito e que não muito de repente escorreu por entre os olhos.
ele, vestido de não piedade vem...
mas quando as asas da saudade batem, alguém sempre fica a sós
aí, já é preciso nascer à tardinha, para um fim de linha e rima numa poesia de alabastro.
como não tocar esse silêncio que me atrasa, se o meu tempo é de passado
e se não há relógios que cativem esse amante que é revigorado a cada engano?
eu tive tudo pra se feliz até o nu,
mas lembrei que em poesia, o eu-lírico tem que ser triste até o fim.