mesto

como não lembrar , querida?

era um olhar atrás do tudo,

a procurar desesperadamente o final de um simples nada.

não faz uma semana e já é inverno outra vez.

o alinhavo das águas desse rio invernal desdenha do destino que sozinho escolheu ser incerto,

que mostrou o infinito e que não muito de repente escorreu por entre os olhos.

ele, vestido de não piedade vem...

mas quando as asas da saudade batem, alguém sempre fica a sós

aí, já é preciso nascer à tardinha, para um fim de linha e rima numa poesia de alabastro.

como não tocar esse silêncio que me atrasa, se o meu tempo é de passado

e se não há relógios que cativem esse amante que é revigorado a cada engano?

eu tive tudo pra se feliz até o nu,

mas lembrei que em poesia, o eu-lírico tem que ser triste até o fim.

Ane Carol
Enviado por Ane Carol em 17/10/2013
Reeditado em 19/10/2013
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