Livro de sangue
Eu poderia escrever
sentimentos que tenho em mim.
Escreveria em minha pele à navalha,
e o sangue escorreria.
Queria que percebessem que
tenho várias personalidades.
Queria que vissem dentro
de meus olhos tristes e,
assim perceberiam que eles mudam.
Queria que vissem
o que é a verdadeira dor.
Cicatrizes dolorosas
não são as feridas físicas,
elas estão na alma,
estão no coração.
Alívio para as feridas,
as verdadeiras feridas que dentro ficam.
Lágrimas secam, dores minimizam,
cicatrizes permanecem.
Meu livro de sangue...
escreveria nas paredes
a raiva que em mim vive.
Me afogaria na dor,
já que ela me matará algum dia.