É O Que Sobra No Caderno

Ocupando folhas e linhas com o mesmo pensamento

Sempre o mesmo motivo, causa, razão... O sofrimento

Lembrando e anotando cada lamento

Fico estagnado, parado, enquanto passa o tempo

Forçando rimas e organizações

Para trazer, resgatar o antigo estilo perdido

Perdido por sua causa, as mentiras instáveis, contradições

Fazendo-me ver que eu nunca poderia ter vencido

Passando a limpo e rasgando daqui para nada ser revelado

O que sobra no caderno é o congresso de um tempo atrás

No canto das folhas, fragmentos de uma ideologia antiga, esquecida jamais

Que também me traz a falta e a saudade que desde sempre tenho negado

Na madrugada você vem e volta e o caderno logo ali, logo ali

Com o copo na mão refaço a mesma pergunta para o vento

O silencio que se seguiu foi o mesmo de outrora pra mim

Enquanto vou lembrando, analisando e me convencendo... O peito vai doendo

Peito doente de amor, ódio, arrependimento, solidão

Quando tudo aparece de uma vez, se acelera o coração

No descompasso do tempo as rimas vão perdendo o padrão

O planeta cai e muda, me deixando sem nada saber

A cronologia de novo quebra... Minha realidade

Meu sentimento não obedece a uma linha contínua de verdade

Vejo que sou apenas mais um, ou só um diferente, negado, pela cidade, pela cidade

Negado, descartado... Jogado na cara por não saber viver.

Passando a limpo e rasgando daqui para nada ser revelado

O que sobra no caderno é o congresso de um tempo atrás

No canto das folhas, fragmentos de uma ideologia antiga, esquecida jamais

Que também me traz a falta e a saudade que desde sempre tenho negado

O silencio segue e sempre seguirá

As folhar que sobraram do caderno eu vou rasgar

Mas o peso da sua lembrança, a falta, eu sempre vou guardar.

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 30/10/2013
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