Prece

Bateu-me á porta a teimosa esperança

Mas eu relutei a abrir.

Tive medo de haver esperança

E no abismo voltar a cair.

Implicante, tranquei o meu peito.

Com as chaves de minha amargura.

Afirmei não haver outro jeito

De estancar a antiga fissura.

No íntimo tão magoado estava

Já não via nenhuma beleza

E mantendo a porta trancada

Fiz de hóspede a minha tristeza.

Mas me enjoa este canto deserto

Em que insisto em permanecer.

Quero tanto lutar e decerto,

Respirar novamente o viver.

Oh, Meu Deus! Se não houver tua bondade

Pra que a coragem mais uma vez me assalte.

Faz que nunca diminua a vontade

Da esperança que em minha porta bate.

Victor Nogueira
Enviado por Victor Nogueira em 21/11/2013
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