Mórbido Amor

Eu não quisera e sequer então poderia,

Sentir teus lábios entre os meus enfim roçarem,

Enquanto elevo-me a rotunda melancolia

Destas nossas genitálias aos poucos se tocarem!

Teu hálito de angustia apenas me consumia,

Quando do teu ventre nasceste o novo pródigo,

Que a alma no infinito da podridão se retorcia,

Gemendo um verso dentre um hediondo código

Quem virá sussurrar em tua plácida cabeceira,

Ao leito que a morte senão se pronuncia?

No infame espírito que a embriaguez devaneia.

A própria morte ao sepulcro me penitencia

Venha comigo sentir o mundo desabar,

Ao fitar-te sob a argêntea sinfonia d’uma canção

Comigo neste solo poderemos retumbar,

Enquanto apodrece-se esse meu iníquo coração!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 16/12/2013
Código do texto: T4614262
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