Terra de ninguém

Hoje me dei conta

que os raios de sol são escuridão,

o sol é trevoso

e o céu é carregado.

A noite também é escura e sem estrelas.

É a terra de ninguém,

na qual eu não posso enxugar lágrimas.

Não posso sequer parar o choro convulsivo.

Mas o que fiz para estar aqui?

Pecados, temos todos.

Ou não temos nenhum.

É fera a dor dos homens

que vacila entre o atacar e o recuar,

ora se valendo de sua audácia,

ora mostrando sua covardia.

Nessa terra escapamos de todo ódio

para cairmos em profunda tristeza,

porque não temos força nem para sentir cólera,

muito menos para amar.

Aqui padecemos.

Aqui podemos estar um de frente para o outro

mas não nos tocamos.

Somos encarcerados, presas enjauladas em apartamentos.

A exploração nos brinda com seu copo de veneno

e a vida vai se esvaindo assim, aos pouquinhos.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 09/03/2014
Reeditado em 09/03/2014
Código do texto: T4721590
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