Poema da desilusão

Quando eu morrer,

nenhuma lágrima será vertida.

No dia em que eu deixar as terras de agora,

e o tambor que bate no peito já não soar,

Ninguém se lembrará de mim.

Lembrarão apenas meus pais,

as duas irmãs que nesta vida me foram emprestadas,

E uma tia esguia que tenho.

Somente eles.

Não haverão amigos,

Pois desta magnífica relação não desfrutei.

Não haverá amores,

A não ser os que quis, mas que não me quiseram.

Talvez chegue à conta dos três ou quatro.

Não haverá também ressentimeno,

a saudade será rala,

as lembranças esparsas.

O que restará será meu nome.

Quatro palavras, dezessete letras.

E nenhuma delas capazes de evocar tristeza pela ausência.

Souza Rafael
Enviado por Souza Rafael em 05/04/2014
Código do texto: T4757515
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