A Morte
Pela janela olho e leio
Um cenário frio, pálido
Vestido de árvores desbotadas
Telhas chamuscadas
Brinquedos aos farrapos
Enxergo algumas nuvens
ou seria fumaça?
Pela janela ouço
Gritos de súbito desespero
Estridentes, impotentes
O céu agora chora
Por aqueles que dormiram cedo demais
Todas as gotas, todas as lágrimas
Varrem a terra cor de carmim
A fim de disfarçar a cor da desgraça
Pela janela, ora entreaberta
Sinto o vento cálido esfaquear minha face
E tomar o recinto com o odor da pós-vida.