A Morte

Pela janela olho e leio

Um cenário frio, pálido

Vestido de árvores desbotadas

Telhas chamuscadas

Brinquedos aos farrapos

Enxergo algumas nuvens

ou seria fumaça?

Pela janela ouço

Gritos de súbito desespero

Estridentes, impotentes

O céu agora chora

Por aqueles que dormiram cedo demais

Todas as gotas, todas as lágrimas

Varrem a terra cor de carmim

A fim de disfarçar a cor da desgraça

Pela janela, ora entreaberta

Sinto o vento cálido esfaquear minha face

E tomar o recinto com o odor da pós-vida.

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 30/04/2014
Reeditado em 19/02/2016
Código do texto: T4789347
Classificação de conteúdo: seguro