SUBLIMAÇÃO



Cerrei as portas do meu coração
Até a chave perdi, joguei-a fora...
Engavetei toda e qualquer emoção,
Porém a inspiração não foi embora.

Então, a adotei definitivamente
Ou ninguém me entenderia mais...
É companheira, doce e envolvente,
Mesmo em silencio ela me satisfaz.

É a ela que eu falo das minhas ilusões,
Até permito que outros possam ler
E amenizando as desilusões,
Vou encontrando força pra sobreviver...

Sendo assim, eu e a inspiração,
Às vezes, até quando meio triste,
Quando dói muito mais a solidão
Eu a invoco e ela me assiste...

E de mãos dadas assim nos ajudando
Lá vamos nós buscar a intuição,
Enquanto isso, não nos lamentamos
Buscamos juntas, a sublimação.

E sublimando até as frustrações,
Meu coração voltou a dar sinal de vida,
De passo em passo e nas desilusões
Reencontrei um ponto de partida.

Assim, não mais tão só, vencida a solidão,
Busco no silencio sempre conselheiro,
Palavras não pedidas à sublimação,
Cujo sentido seja o verdadeiro.

O verdadeiro sentido do viver,
Do procurar na dor, a conciliação,
Sem lamentar e até absorver
O sabor amargo da desilusão.