Tempestuosidade interna

Estou em um beco sem saída

Em um vendaval sem guarida

Passeio por entre neurônios cansados

Cabelos soltos e muito embaraçados

Vejo-me caindo de bem alto em queda livre sobre o mar

Mergulhando na escuridão das águas sem parar

No infinito me perco e recuo com dor

Grito sem voz após silenciar-me de pavor

Monstros, fantasmas e vozes ecoam no ouvido

Tudo é tão sombrio e doído

Fico a pensar por que estou sofrendo

Se a saúde não me abandonou nem saiu correndo

Sou tola e confusa

Uma louca na rua sem blusa

Estou destruindo-me em autocinese

E pra isso nem precisei escrever dissertação ou tese

Percebo-me em mil erros a cada acerto

Meu coração está se remoendo em aperto

A minha lápide vai ficar extensa

Se Deus agora se revelar e disser tudo o que de mim pensa

Estou pobre de bons pensamentos

Vivo há tempos cercada de tormentos

Preciso voltar a sorrir com sentido

Antes que eu tenha tudo de bom em mim perdido