No torpor de um dia calmo

É nesse torpor maligno que as palavras fluem,

Enquanto bebo meu costumeiro gole matinal que tudo se torna real,

Quando as portas do mundo externo se fecham e minha máscara de bondade cai,

Quando o dia se torna noite e não mais preciso fingir ser algo que não sou

Nesse momento, a vontade carnal de dizer tudo aquilo que sempre quis se torna presente

Quando os gritos de um mundo vazio e sem sentido abandonam meus ouvidos,

E apenas o som distante de pássaros podem ser ouvidos,

O cantar triste de seres que julgamos inferiores, mas que no fim das contas são livres

Enquanto a fumaça do cigarro deixado de lado sobe,

Enquanto o calor de um dia de inverno se torna aconchegante,

Enquanto meras palavras escritas em um pedaço de papel tomam forma,

Nesse momento!

Neste exato e fugaz momento!

Me sinto vivo! Calmo!

Acalentado pelas sombras perdidas de um cômodo qualquer...

E as vozes que ecoam em minha mente me contam segredos antigos,

Passados por anos e anos de um esquecimento horrendo,

Uma melodia ecoa! E então tudo começa a fazer sentido!

Agora vocês podem me ler!

Conhecer esse pedaço tão estranho e manchado por dores que trago dentro de mim

"um sussurro e um beijo"

Sat
Enviado por Sat em 23/10/2014
Código do texto: T5009460
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