Conflitos e vinho

"O que escrever sobre este

estado de desalento?

Quando as lágrimas embaraçam

minha visão neste momento?

Porque entornar este vinho branco

que me deixa entristecido?

É meu único refúgio em vez da

morte, estando entorpecido

Qual a razão em ouvir essas notas

melancólicas e tão lôbrego?

Não é o racional que ouve e sim o

emocional, ante o anseio sôfrego

Se deve ao que elaborar um

poema nesta hora angustiante?

Se ainda sinto poesia é sinal que

estou vivo, isso é o importante

A cabeça dói mas continuo ao

lado desta tortura

Ao contrário de horas atrás,

sentindo a amada ternura

Razão e emoção, conflito que

eclodiu somente em dor

Eis o homem barroco, agora a

espera do alívio e do amor

Amor idealizado, distorcido da

minha canalha realidade

Cômico o trovador que é visto,

das facetas da insanidade

O último gole do dia eu desfrutei,

porém, o pesar reinou o coração

Devo amargamente aceitar, sei o

que causou toda essa destruição

Eu e você pensamos nas mesmas

saídas. Ó Morte bem desejada

Dos nossos sonhos ocultos que

não foram realizadas

Talvez não percebemos o que

poderia estar escondido

Por trás destes sentimentos, que

me deixou sofrido

Um fim, um adeus ou um

esperançoso até outrora?

Não sei o que dizer, mas sonho

em te viver na próxima aurora"

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 18/11/2014
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