Conflitos e vinho
"O que escrever sobre este
estado de desalento?
Quando as lágrimas embaraçam
minha visão neste momento?
Porque entornar este vinho branco
que me deixa entristecido?
É meu único refúgio em vez da
morte, estando entorpecido
Qual a razão em ouvir essas notas
melancólicas e tão lôbrego?
Não é o racional que ouve e sim o
emocional, ante o anseio sôfrego
Se deve ao que elaborar um
poema nesta hora angustiante?
Se ainda sinto poesia é sinal que
estou vivo, isso é o importante
A cabeça dói mas continuo ao
lado desta tortura
Ao contrário de horas atrás,
sentindo a amada ternura
Razão e emoção, conflito que
eclodiu somente em dor
Eis o homem barroco, agora a
espera do alívio e do amor
Amor idealizado, distorcido da
minha canalha realidade
Cômico o trovador que é visto,
das facetas da insanidade
O último gole do dia eu desfrutei,
porém, o pesar reinou o coração
Devo amargamente aceitar, sei o
que causou toda essa destruição
Eu e você pensamos nas mesmas
saídas. Ó Morte bem desejada
Dos nossos sonhos ocultos que
não foram realizadas
Talvez não percebemos o que
poderia estar escondido
Por trás destes sentimentos, que
me deixou sofrido
Um fim, um adeus ou um
esperançoso até outrora?
Não sei o que dizer, mas sonho
em te viver na próxima aurora"