Gélido luar
Em um gélido luar,
esquecida de todos os pregões,
coração já cansado de amar
e sofrido de desilusões.
Na luta contra o próprio sentimento
e fugindo da saudade atroz.
De tão longo e profundo lamento
que no fundo ouvia ainda sua voz.
Lembranças e marcas de amor,
abstinência que não passava,
desesperança e rancor.
Outra vez me embriagava.
Buscando no fundo uma emoção,
sozinha e aflita.
Clamando por compreensão
sobre a noite infinita.
Com a certeza de um humano
e a navalha a brilhar.
Em um rápido e curto gesto,
meu sangue no chão foi jorrar.
A despedida foi um olhar,
foi a porta que atrasada bateu,
foi o amor que veio procurar
mas, tão calado se perdeu.