POÉTICO DEPENDENTE
Leitores emocionados
Lerão essa poesia
E se chocarão
Com a falta de alegria
Talvez sintam
A malvada energia
De minha mente sombria
Calculista e fria
Energia essa que me condena
A viver nessa vida de pena
Vida bandida, vida sofrida.
Onde dá até dó
Qualquer coisa é melhor
Valho menos que pó
Neste infinito universo
Lotado de tristezas
Mundo perverso
Cheio de incertezas
Compartilho em forma de versos
Toda minha vivencia
Toda minha experiência
Toda minha dependência
Não sou um delinquente
É que em minha mente
No fundo do inconsciente
Vive um monstro do mal
Talvez imortal
Que me atormenta a todo tempo
E se alimenta de todo o meu tempo
Já cansei de tentar
Já cansei de lutar
É impossível ganhar
Já tentei parar
Já tentei acabar
Mas este vício
Não da pra controlar
Quero parar de escrever
Quero parar de rimar
Também quero viver
Também quero amar
Por que um poeta não vive
Não dorme e não ama
Ele apenas sobrevive
Ele deita na cama
E escreve que ama
Mas ele não ama
Sei que é um vicio decente
Comecei por acidente
Nessas rimas envolventes
Que dominaram minha mente
E confesso confidentemente
Sou poético dependente.