No limiar do fim

No limiar do fim a única coisa saudável que nos resta é a poesia

Aquela forma perfeita de contar sobre você mesmo sendo outro

...

Enquanto esse piano triste ecoa por meu quarto

Abafado, quente, vazio

Eu tento puxar pela mente palavras de um passado antigo

No qual solitário eu imaginava seu rosto na fumaça de meu cigarro

Entorpecido, drogado

Vejo uma silhueta em meio as brumas que saem por essa boca maldita

E agora, perdido em pensamentos, eu percebo o quanto de mim deixei cair, escorrer entre esses dedos sujos

Aquela promessa não fora cumprida...

E amarrado a fios vermelhos

Os olhos já fechados

As mãos cerradas em punho em uma prece à algo maligno

"Nakanai de mou hitori janai"

Não me importo em fingir

Em ser o que não sou, ou tentar ser o que não sou

Sou eu

Sempre foi

Sempre será

Apenas mais um perdido nessa tormenta de sentimentos idiotas e mesquinhos que não levam a propósito algum

O que nos resta nessa vida a não ser seguir em frente?

"amaku, kirei de, kowai"

A doce melodia se foi

O doce sonho se desfez

O que me restou foi um punhado de lembranças dolorosas

E um ódio guardado a sete chaves que consome vagarosamente minha alma

"iki wo koroshi"

Sat
Enviado por Sat em 02/01/2015
Código do texto: T5087884
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