Caducifólia
Como no outono as folhas caem ao chão
Aguardo sentado em meu covil
Balançando ao vento em meu galho
Em vão
Um coração velho que nunca nada sentiu
Olhando para baixo, o mais rápido atalho
Esperando a oxidação
Uma folha querendo alaranjar
Em meu corpo não habita paixão
Apenas a angústia que ameaça me matar
Ódio, mágoas, depressão
A luz jamais se viu
Uma alma perdida em um mundo falho
Sem perdão
A esperança já se partiu
Transformou-se em sangue ao atingir o cascalho
A folha cai, mas não sente excitação
Junto a tantas outras, seus sonhos a desmanchar
No fim, resta apenas a putrefação
Triste destino do qual não podemos escapar