Neve Rubra
Em resposta a "Um desenho de Gocht", de Pedro Ehler.
Céu vermelho, rios de sangue
Raízes agarram suas pernas
Impedindo que ande
Lentamente esmagam suas esperanças
Afogam-no em mares de ânsias
Ânsias essas nunca saciadas
A neve tingida pelo rubro mais profundo
Que pinga dos braços do homem desesperado
Gotejando todos os sofrimentos do mundo
Essa árvore não crescerá
O futuro promete apenas seu definhar
Seu coração retorcido as batidas cessará
Congelado pelo frio que pretende o matar
Triste fim o homem teve
Sozinho em meio às árvores ressequidas
No mesmo lugar o corpo pútrido se manteve
A única despedida foi dos vermes
Que o comeram em seguida