Neve Rubra

Em resposta a "Um desenho de Gocht", de Pedro Ehler.

Céu vermelho, rios de sangue

Raízes agarram suas pernas

Impedindo que ande

Lentamente esmagam suas esperanças

Afogam-no em mares de ânsias

Ânsias essas nunca saciadas

A neve tingida pelo rubro mais profundo

Que pinga dos braços do homem desesperado

Gotejando todos os sofrimentos do mundo

Essa árvore não crescerá

O futuro promete apenas seu definhar

Seu coração retorcido as batidas cessará

Congelado pelo frio que pretende o matar

Triste fim o homem teve

Sozinho em meio às árvores ressequidas

No mesmo lugar o corpo pútrido se manteve

A única despedida foi dos vermes

Que o comeram em seguida

Gocht
Enviado por Gocht em 21/02/2015
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T5144565
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