Ao Poeta

Beba desgraçado que a tua vida,

É apenas uma fagulha no crispar do mundo,

Ébrio, o suor na fronte ressequida

Foste outro maldito!Um poeta vagabundo!

Toma enche-te o copo vazio,

Tua alma vagueia em um lugar qualquer,

Na alma perdura-te verão frio

E nos lábios quisera beijar outra mulher!

Que loucura, beija-te o conhaque,

Agora fervilha a tua fronte tão nauseabunda,

Vê a lua? Tilinta no vapor do baque

Leva-te nesta desesperança assim profunda!

Tão negro este espaço sozinho,

Do sepulcro que enleva teu corpo retorcido,

Sentirás no último trago do vinho

Que para a posteridade por fim esquecido!

Erga-te a fronte, e enfim me aperta,

Que a hora fúnebre da morte já se aproxima,

Na tua lápide escrevo:- Foi um poeta

E morreu na ilusão de ter uma virgem menina

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 21/02/2015
Reeditado em 21/02/2015
Código do texto: T5145233
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