Linhas incompletas
A dor da tua ausência, mesmo que em minha companhia
és epígrafe turvo, gravado no peito sem ritmo.
Contém pedacinhos de momentos, fundos como olhar caído
sob um corpo descoberto e adormecido.
É feroz, uma vez que tento esquecer, de nós dois em lençóis
uma astenia me faz de morto, toda vez que tu..se veste pra sair.
A porta bate fria, como a terra de barranco nos sonhos da periferia
e nem sempre em buracos no muro , renasce a chance de sorrir.
O presságio de fim de tarde, veste o cariz do meu rosto cansado
de esperar o céu, chuva, vento, cinza , sob o cimento.
Os devaneios são curtos, quando felizes há segundos
quando tristes, infinito és , largos como nossos mundos.
Lamento o dia que saltei na terra, jamais caí tão profundamente
jamais conheci tanta dor, gratuita e recíproca.
E nunca vi tantos abismos, em cada poste de luz
tampouco olhares no céu, de jesus.
Cães falam mais que os homens ,e os tiros gritam o carcere
chega a zunir , quando alguém fala sobre o amor.
Parece depoimento de coisa terminada, mas com linhas incompletas
é discernível , quando se trata de um assunto em que não há regras.