Linhas incompletas

A dor da tua ausência, mesmo que em minha companhia

és epígrafe turvo, gravado no peito sem ritmo.

Contém pedacinhos de momentos, fundos como olhar caído

sob um corpo descoberto e adormecido.

É feroz, uma vez que tento esquecer, de nós dois em lençóis

uma astenia me faz de morto, toda vez que tu..se veste pra sair.

A porta bate fria, como a terra de barranco nos sonhos da periferia

e nem sempre em buracos no muro , renasce a chance de sorrir.

O presságio de fim de tarde, veste o cariz do meu rosto cansado

de esperar o céu, chuva, vento, cinza , sob o cimento.

Os devaneios são curtos, quando felizes há segundos

quando tristes, infinito és , largos como nossos mundos.

Lamento o dia que saltei na terra, jamais caí tão profundamente

jamais conheci tanta dor, gratuita e recíproca.

E nunca vi tantos abismos, em cada poste de luz

tampouco olhares no céu, de jesus.

Cães falam mais que os homens ,e os tiros gritam o carcere

chega a zunir , quando alguém fala sobre o amor.

Parece depoimento de coisa terminada, mas com linhas incompletas

é discernível , quando se trata de um assunto em que não há regras.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 05/03/2015
Código do texto: T5159061
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