A realidade nua e crua

Quando o brilho da emoção

Daqueles olhos lindos,

Não se podia mais contemplar,

O coração não recebia o encanto,

Não sentia as caricias,

E os corpos amantes já não se tocavam...

Quando não se ouvia a sua voz seus risos,

O seu cheiro não habitava mais no ar,

E tudo se calava numa solidão profunda,

Oriunda da sua ausência,

Gerando querência, saudade e muita dor...

No coração o vazio do desamor...

Quando a mente não se inspirava, nem sonhava,

Em nenhum canto sentia aconchego,

A alma flutuava num vácuo,

Não encontrando o chão, as mãos, os abraços,

Em tudo nem o nada existia...

Foi o momento mais cruel, onde se fica realmente pobre,

Porque toda a riqueza do mundo não substitui um grande amor,

Quando nada te consola, a vida se torna triste sem cor,

Foi ai que a consciência mostrou a verdade,

Só o que a alma sente é que é a pura realidade...

Cláudio Domingos Borges