Negras escravas...

Negras, clássicas carapaças

Pobres coitadas mucamas

Fadadas a parirem em seus catres

Anjos negros, demônios aos brancos

Açoitadas na carne intactas no caráter

Relegadas pelo ato puerperal repugnante

Reprimidas, vertiam de seus seios lactantes

O colostro as proles das magras Sinhás

Que jaziam em seus leitos, secas nos peitos

Escravas cativas oprimidas gestantes

Malogradas, cometiam abortos abolicionários

Pérfidas, suspendiam o plano divino

E os fatídicos fetos por fim libertos das senzalas

Das injúrias e perjúrios da Casa Grande.

Os grilhões foram os seus balangandãs

As cicatrizes dos açoites os piores adornos

Os fardos mais pesados, as perdas nos abortos

Uma vida de servidão as pessoas mais vãs.