RIO DE LÁGRIMAS

Um rio acaba de nascer.

São tímidas nascentes

Fabricando bolhas,

Gotas de lágrimas da terra

(que também são minhas).

O rio já existia dentro da terra.

Já corria dentro de mim,

Água pura, cristalina e vermelha,

A íris dos meus olhos é o leito.

(Uma grande e terrível pressão

Expulsa do meu interior os

Resíduos que contaminam o rio.

A nascente ganha força).

Por quais caminhos navegará?

Em que oceano há de desaguar?

O meu rio abre caminhos;

Sabe da seca que mata o meu corpo.

O rio no seio da terra,

rega as raízes, gera vidas.

Meus olhos choram,

desenfreada corrente de incertezas!

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 14/05/2015
Reeditado em 15/05/2015
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