O Que Pensam os Porcos?

Encontro-me sobre uma tábua rochosa

Cinza, esquecida e apagada

Nem quente, nem fria

Morna e horrorosa.

Não há ninguém ao redor

Nenhum som, humano ou animal

A atmosfera, entretanto, é grotesca

Tortura-me ver a palidez que outrora tanto me encantava.

Começo a sentir um odor fétido

De bosta invadindo minhas vias aéreas

Começo a ansiar, como um porco antes do abate

Porcos sabem quando sua vida está para findar, e fenecem.

Portanto pareço-me convulsionar

Tão loucamente que a rocha sob a qual estou começa a ferver

Como chapa de lanchonete, inicio o processo de derretimento espontâneo

Não quero virar vapor, não quero submeter minha existência à uma chapa de lanchonete.

Sinto uma pontada esquisita nos flancos

Similar à de um espeto agudo e guloso

Cheiro de sangue e bosta no ar

Vou morrer, pensava o porco antes do abate.

Nathus
Enviado por Nathus em 23/07/2015
Código do texto: T5321196
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.