Mais uma vez, eu!

Querendo viver fora de mim,

fora de meus planos e de meus sonhos,

vivi pouco a vida que era minha.

Vaguei, na verdade, entre utopias,

entre ideologias existenciais,

sem verdade alguma.

Assim vagando, perdi-me:

tornei-me um vilão

de minhas infantis fantasias.

Personagem cômico,

malquisto, azarado,

um servo mascarado da ilusão.

Querendo viver fora de mim,

não vivi nada...

Transformei-me em um brinquedo,

desinteressante e desinteressado,

daquele antigo jogo de criança

agora interrompido pelo tempo.