A DOR QUE SUFOCA

(Por Aglaure Martins -No Nada)

Calo-me

sem abrigo

no oco vazio

escondo-me

sufocante

frio onde permaneço

berço do desencanto

encontro-me

onde vive a saudade

morada da dor

das lágrimas

de um céu cinza

de um grito acorrentado

atado coração

despido de esperança

dança ao relento

feito louco lamento

uivo atordoante

da alma que chora

cambaleante

o incondicional amor.

Calo-me

diante da vida

desse maremoto

que me arrasta

que zomba de mim

gargalhando

da minha dor

da fraqueza

que me consome

na pequenez

do meu mofado ser

no vácuo onde vago

sem direção

na rota rota

solidão

em redemoinho.

Calo-me

porque não há voz

só o silêncio

que ensurdece

e enlouquece

um momento

eternizado

onde nunca se quis

o adeus.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 17/10/2015
Código do texto: T5417901
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