Olhar Atento

O fim, próximo de ti se aproxima,

Roubando teu fôlego e tornando teus dias densos.

O céu, já rubro,

Descortina-se por detrás de grossas nuvens cinza prata;

O convite à desistência do corpo cansado é inevitável,

E deitado sobre a relva fria tu contemplas o horizonte.

Repare na beleza da violência,

A forma cruel como o mundo inteiro golpeia o solo com gotas ácidas,

Carregadas de fuligem a água corrói a seiva verde,

Degrada seu íntimo,

Deturpa o solo onde fincastes raízes.

Agora, no solo encharcado de crueldades e horrores impensáveis,

A erva podre que cresce,

Percorre tua carne fraca,

Entranhasse em teus ossos,

E te transforma na mais bela flor viva e corrupta.

Sat
Enviado por Sat em 21/10/2015
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