Ponteiro
O relógio da sala parou de funcionar
Há muito... muito tempo
Ninguém se importou.
Na verdade no começo fez falta,
Todos estávamos condicionados a olhá-lo
Mas sempre encontrávamos seu silencio
Então esquecemos
Virou um enfeite tão sem importância
que nem ao menos tiramos ele de lá
Cobriu-se de pó
Em silencio permaneceu
Marcando o mesmo horário o tempo inteiro
Hoje a noite, que o silencio era meu
Caminhei pela sala no escuro
E ouvi,
No mesmo ritmo do meu desespero o relógio funcionava
Sem que ninguém o tivesse tocado
Ele simplesmente juntou forças
E fez barulho
Olhei os ponteiros
Eles não se mexiam...