Ponteiro

O relógio da sala parou de funcionar

Há muito... muito tempo

Ninguém se importou.

Na verdade no começo fez falta,

Todos estávamos condicionados a olhá-lo

Mas sempre encontrávamos seu silencio

Então esquecemos

Virou um enfeite tão sem importância

que nem ao menos tiramos ele de lá

Cobriu-se de pó

Em silencio permaneceu

Marcando o mesmo horário o tempo inteiro

Hoje a noite, que o silencio era meu

Caminhei pela sala no escuro

E ouvi,

No mesmo ritmo do meu desespero o relógio funcionava

Sem que ninguém o tivesse tocado

Ele simplesmente juntou forças

E fez barulho

Olhei os ponteiros

Eles não se mexiam...

Éris
Enviado por Éris em 06/11/2015
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