ATROPELADA INFÂNCIA
Conta-me dos teus pesadelos
Medo de uma noite qualquer
Senta assustada na cama
Olha-me e já sei o que quer
Relata-me fatos da vida
As dores da tua infância
Seu pai, o monstro da noite
Marcava mais uma criança
Assustada, nada dizia
Apenas cedia, medrosa
A mãe ou não sabia ou fingia
Achava que ela estava manhosa
Com os olhos cheios de lágrimas
Seguia para a escola sozinha
Por traumas, ficava no canto
E chorava, bem mais que sorria
Crescia tão amarga da vida
Aprisionada a tanto pavor
Frustrada, só queria meninas
Até ironicamente encontrar o amor.