Menina

Dorme menina, que no amanhã

Ainda tem vida pra ser ver

Cingindo aspirações de repente

ou até planos seculares, pertinentes

Espera menina, trem passa ligeiro

Mas você é passageira do lugar dos outros

Corre e escova os dentes, os relógios atrasaram

Mas a hora é hora pra toda gente

Corre menina, que quando é tempo

Abafando um cheiro de pranto

Um grito de rumor em chamas

Na garganta que soluça o áspero

Mentes menina tosse um liquido grosseiro

Não temas uma apneia, pneumonia

Teu pulmão já fraco é cansado menina

A morte é o plano de fundo

Morre menina, um canto quente te aguarda

E de repente um murmurinho faz toda gente sair

Para ninar tua dor, velar teu repouso

Elide o cansaço, se arrume, muita gente vem ai

ver teu fracasso

Pobre menina, não sabe a dor do parto

Protesta a mesma cólera nata

Traga teu ultimo maço de cigarros

Gira esse vestido surrado

- Vai com cuidado menina!

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 13/01/2016
Código do texto: T5510074
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