Ninguém em um alguém
Sentimento amargurado
Colocado no peito
Em uma noite qualquer
Em que deitei no deleito
De um seio cortado
Que escorria ao invés de leite
Uma lágrima de coração magoado
Apertado em meu corpo
Coração solitário
Com facas de dois gumes
E mãos frias
Que ao pegar o coração
Deixou congelado
Ninguém é feliz
Sobre o céu com um sol
Que não aquece aquele
Que encostado na calçada
Dorme todas as noites
Ninguém se conhece
Profundamente ao ponto
De dar a própria vida
Em temor de uma morte
Repentina
Mesmo ainda que a palavra tenha dito
Ninguém é capaz
De amar verdadeiramente
Em algum alguém.