Taça de Vinho

O vinho, a madrugada, esse teu cheiro

Teu cheiro que se anuncia partindo

A luz, a tela, a lua

Tudo me remonta o póstumo

Tudo me penhora, me transfere

O vinho, o jovem sol e minha fome

Tão de repente; Certas vezes

eu ainda escuto um bater de lábios

Tudo alegre, tudo tão certo

Tudo me amarga, tão próximo

A cama, as horas e o clarão

A indefesa amostra de toda solidão

No espelho a lágrima, o soco, o sangue

Tudo me atormenta e clamo e teu nome

Luz bruxuleante, a tarde

e o teu cheiro me inebriando o olfato

O vinho me distorcendo a vista

A tarde meu cansaço

E a noite minha eternidade

A luz acessa mais torpe me atropela

Meu tempo se acomete, meu amor

se adormece, e o espinho cravado

adentrar-se na espinha dorsal

Na pele

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 26/01/2016
Código do texto: T5524222
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