Belo Drama
Era algo que eu já projetava em
discorrer
Pôr para fora essa angústia que
está a perceber
A medida que envelheço agrega
mais o desejo
Aquela alegoria em que a união é
selado em um beijo
É ai que o drama ganha formas
colossais
Em que é apenas concebível em
sonhos surreais
Hoje, tão distante que posso
imaginar na solidão
Tão longínquo que a
Schopenhauer dou razão
Apesar das circunstâncias não
estarem a meu favor
Vou caminhando tranquilo e
dando a vida um outro sabor
Por trás deste pessimismo há uma
espécie de alegria
Pois a desgraça não é absoluto e
há lugares para a fantasia
Momento em que saúdo Dionísio,
com sua divina bebida
A tristeza banhada pelo vinho é
um artifício da minha vida
Perpetuar o sobrenome é o que
tanto quero alcançar
O homem honrado com esse
legado terá algo a deixar
Um filho com a imagem e
semelhança do seu pai
A alegoria cristã que da minha
mente não sai
A mulher ao meu lado para me
agraciar com este presente
A amada que um dia espero
encontrar por acidente
Aguardo a obra do caos mesmo
que todos não entendam
Vivo no materialismo de Sartre em
que divinos não governam
Muitas lágrimas já alçaram os ares
com o drama a torturar
Por não encontrar com a pessoa
que der a vez de amar
Durante as reflexões eu pergunto
se terei a oportunidade
De concretizar esse devaneio e
desfrutar da alacridade
Portanto, nada me resta se não
apenas continuar o caminho
Mesmo que as dores façam
companhias por eu estar sozinho