A calçada

Calçadas no luar noturno são passivas

ao nosso canto uníssono a vagar.

Inseguro arrasto meus pés por elas

e as vozes se convergem, se confundem

tentam me enganar.

Calçadas no luar noturno não são tão passivas...

são sorrateiras, prevejo seus passos

enquanto o veneno já se apodera de meu corpo.

Destino, debilmente caminho,

sem saber para onde caminhar.

e nas calçadas no luar noturno

algumas certezas inflamam multidões...

dedos em riste, punhos cerrados.

ouço os gritos e não vejo seus rostos

Tudo o que queria é ter asas

e não andar jamais por essa escuridão

mas algum sentido deve haver

de estar... de estar...

ou não.

As calçadas estão vazias e meus olhos cansados,

aqui é o ponto zero

procurarei algum objetivo

no rio oculto dos reveses da desesperança.

Calçadas no luar noturno não possuem início,

nem fim,

são apenas calçadas

e os passos silenciosos...

sombrios, noturnos, ambíguos.

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 27/04/2016
Código do texto: T5618556
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