Estupro
Pelas ruas estreitas, como às claras,
em becos, estradas viajantes,
em cenas de cinema ou realidade,
respeito à beleza há de tecer
algum caminhar livre para as mulheres,
bem-quistas ou malquistas, feias, belas;
sim, desejo e continência são
parceiros, não há um por quê
não sê- los. Sublime é um poema neste
aspecto, por tocar a beleza
sem manchá-la, embora no amor mais
verdadeiro, se possa até beijar
integralmente. aquela que nos braços
nos acolhe. Como se toca a letra
de uma música, seja em violão
ou violoncelo; piano dedilhado com
paixão de nona sinfonia ou Claire
de Lune. Por que nem no amor se pode
tudo, sem laços, sem amarras
n'ambos punhos, nunca subjugado
é o sentimento. Quem bate é o coração,
somente ele, que sobe até à boca
para gritar que praticar estupro
é um absurdo, uma monstruosidade
sem tamanho; no inferno deve
haver crença nestes casos, que purgue
em fogo eterno o perverso
a culpa do seu crime hediondo.
E morra eternamente todo séquito
capaz de praticar crime de novo.