A Tumba Colossal

Resvala nos omoplatas nus da serrania

De meu desalento a tumba colossal

Urna desvelada de desespero abissal

Cinza do luar de bêbeda agonia.

Eis que nos leva a mau o homem mal

A vivaz chama do imo transbordante

Labaro ao léu das estrelas afagante

Fulgor mel que abate a dor descomunal.

Estar a sós na solidão do inverno

Da casa vaga estante a coar a luz

Vadia da rua,eis o tredo inferno

Que a obsseção do homem só traduz.

Da noite a trova cintilante de boemia

No ledo espaço do vivente tresluz

Quando estiveram comigo os seios nus

Morte gloriosa de vitoria erradia.

Erra o beco das lembranças do luar

Pela sala onde gozei mel de cotovia

Torna do pranto atroz cova erradia

Da mobília ruge uma ratazana alvar.

Meu coração no pego de meu peito

Soturna urna onde geme a ironia

Implora de Djins ondeante fantasia

Beco de doçura, maldito e eleito.