Sonho Defenestrado

Olha! Já passou o trem,

A hora eu perdi ,

Porque ontem quando todo mundo ria,

Eu chorava e não era por mim,

Eu aceitava qualquer poltrona,

Azul, vermelha, amarela... até marrom,

Menos o branco,

O vazio na estrada.

Trem das sete,

Com pressa,

Levou a vida,

Levou o sonho,

Deixou a fumaça.

Eu não fui a única e nem a primeira,

A partida deixou muitos homens,

Mas em cada janela levou também,

E eu não consegui embarcar,

Uma palavra,

uma roupa,

um minuto,

uma hora,

o tempo vôou,

Já não consigo ver,

Cruzou o horizonte,

Aquele vagão enorme,

Que não me esperou.

Se já faz muito tempo eu não sei,

Nem lembro quando chegou,

Só sei que o trem q parou, zarpou e passou.

E eu fiquei.

Francine Medeiros
Enviado por Francine Medeiros em 22/07/2007
Reeditado em 17/12/2015
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