ALONE

Todos os dias, no mesmo horário

Em que o sol desperta para vida viver

O Vizinho solitário faz sua caminhada

Sempre passos lentos olhando pro chão

Em companhia de sua sombra fiel

Alone caminhava pelas manhãs

Sem olhar e falar com ninguém

Parece dialogar mentalmente

Apenas com sua sombra ao chão

As vezes se distraia e olhava

Nos olhos de estranhos para ele

Que logo em frações de segundos

Se desviava, o medo parecia abraça-lo

O seu olhar parecia querer dialogar

Mas era difícil de decifrar

Aquela linguagem opaca ocular

Não era esperanto e nem tinha

Parece alguma esperança

Mas era nítido uma tristeza no olhar

Até que num dia irradiante de sol

Não se viu mais Alone a caminhar

Cadê Alone, cadê Alone, cadê Alone.

Não se viu mais o solitário vizinho

Do seu esconderijo domicílio

Só se ouvia os cantos dos passarinhos

Mas cadê o Senhor Alone

Viajou, foi viver e ser feliz

Foi encontrar alguém?

Outros caminhantes matinais

Encontraram o Senhor Alone

Em decúbito dorsal boiando

No calmo rio de cristalina águas

A perícia chegou

A área isolou, observou e constatou

Não há hematomas e nem furo projetil

Encontraram apenas em seu bolso

Um pequeno papel escrito:

“Um dia, um adeus.

Por favor tenham piedade

Libertem meus passarinhos”

Será que Alone não sabia nadar?

10 de Setembro dia Internacional de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 10/09/2016
Reeditado em 14/05/2019
Código do texto: T5756309
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.