Era um homem machucado pelo amor

Era uma noite fria

Que tinha um clima fúnebre

Que tinha barulho demais

Que não tinha estrelas

E que dizia muito sobre mim.

Era um momento tão triste

Que doía por dentro

Que estava me esmagando

Que deixáva-me grudado àquele banco do bar

Que fazia eu pedir mais uma dose.

Era um coração quebrado

Que amou sem medidas

Que saltou sem paraquedas

Que não mediu as consequências

E que se machucou feio.

Era mais um cara querendo puxar briga

Que logo levantou

Que logo pulou num cara qualquer

Que logo batia descontroladamente

Que logo apanhava também.

Era um cara apanhando pela segunda vem em um único dia

Que apanhou do amor

Que se embriagou com a dor

Que agora apanhava de novo

Que no fundo gostava da dor.

Era um nariz sangrando

Que estava quebrado

Que doía pra caramba

Que era uma dor melhor que a de um amor acabado.

Era agora uma rua solitária

Que nela havia um homem

Que nela pingava sangue

Que nela também caia lágrimas

Que nela agora quebrava-se uma garrafa de cerveja.

Era um homem sem rumo

Que estava machucado de duas formas

Que sentia um vazio

Que acendia um cigarro.

Era um cara se matando aos poucos

Que agora caiu no chão

Que agora preferiu ficar ali

Que agora sentia a dor de verdade.

Leticia Moura
Enviado por Leticia Moura em 22/09/2016
Reeditado em 22/09/2016
Código do texto: T5769438
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