::: FÉ :::

Admoesta-te! Admoesta-te Alma!

Eu vos rogo infeliz filha da impudicícia.

Entendei sinceramente vossas fraquezas

Que se arrastam humilhantemente

No vociferante lodo de suas torpezas.

Apertai com indolência

Esse sufocante ferimento cardíaco

Que repercute nos pulmões roubando-lhe o ar.

Tateai no quarto escuro de seu espírito

As ondulações sinuosas de sua solidão

E rasgai em pranto a vossa dor.

- Ai! Susto impávido e recalcitrante,

No espelho, o pânico angustiante,

Reflete a gélida face do vazio.

Sobrevivei, desventurado olhar ignorado

Para que reencontre o inacabado

Perfume que sentira seu ser sombrio.

Não eram rosas, o mar ou cachoeiras

Que alimentava sua alma de risos incalculáveis,

Nem mesmo as ondas ou paixões findas.

Lembra-te alma ignóbil

Que porventura um dia tivera

No peito o néctar dos deuses...

Admoesta-te, ó alma, e recupera

O que te tirará da prisão: A Fé.

SP 27/09/2016

Ygor Pierry
Enviado por Ygor Pierry em 27/09/2016
Código do texto: T5774092
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